segunda-feira, 13 de abril de 2009

QUANDO AS FOLHAS CAEM
Por José Scussel

É outono, as folhas caem. A natureza se desprende da euforia do verão sabendo que vai, no tempo devido, mergulhar no recolhimento do inverno. O cair das folhas secas balançadas pelo vento é poesia, é oferenda das árvores, gratidão à terra que as alimenta. Quando um ciclo se encerra, é preciso desprender, deixar cair. Reter é perecer. Deixar partir não significa perder.
É outono, estação da direção oeste, onde o sol se põe. O ciclo da vida se encerra como um final de tarde que se aproxima. Os raios de sol desaparecem por detrás da montanha ficando apenas luzes coloridas entre nuvens no poente. Inevitavelmente a noite virá depois do entardecer. O entardecer é magia, gentilmente o sol se retira para retornar no dia seguinte. Quando a tarde chega é preciso ceder, sem resistir. A noite é continuação, complementação. O caminho de volta, ainda é caminho, um passo atrás também.
O entardecer colorido de outono alimenta o tempo de desprendimento, transformação, reconciliação, despedida. O novo sempre vem. Os ciclos sempre se encerram. Entre a explosão do verão e o recolhimento do inverno, está o desprendimento e aceitação do outono. As folhas se desprendem no outono, para se recolher no inverno e despertar na primavera numa explosão de vida infinita na abundancia universal. O ontem e o amanha são apenas o mesmo eterno sempre.
Postado por: Luciana

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