Certa vez houve uma inundação numa imensa floresta. O choro das nuvens que deveriam promover a vida dessa vez anunciou a morte. Os grande animais bateram em retirada fugindo do afogamento, deixando até os filhos para trás. Devastavam tudo o que estava à frente. Os animais menores seguiam seus rastros. De repente, uma pequena andorinha, toda ensopada, apareceu na contramão procurando a quem salvar.
“As hienas viram a atitude da andorinha e ficaram admiradíssimas. Disseram: ‘Você é louca! O que pode fazer com um corpo tão frágil?’. Os abutres bradaram:’Utópica! Veja se enxerga a sua pequenez!’. Por onde a frágil andorinha passava, era ridicularizada. Mas, atenta, procurava alguém que pudesse resgatar. Suas asas batiam fatigadas, quando viu um filhote de beija-flor debatendo-se na água, quase entregando. Apesar de nunca ter aprendido a mergulhar, ela se atirou na água e com muito esforço pegou o diminuto pássaro pela asa esquerda. E bateu em retirada, carregando o filhote pelo bico.
“Ao retornar, encontrou outras hienas, que não tardaram a declarar:’Maluca! Está querendo ser heroína!’. Mas, não parou; muito fatigada, só descansou após deixar o pequeno beija-flor em local seguro. Horas depois, encontrou as hienas embaixo de uma sombra. Fitando-as nos olhos, deu a sua resposta:’ Só me sinto digna das minhas asas se eu as utilizar para fazer os outros voarem’”.
Livro: Vendedor de Sonhos (o Chamado)
Autor: Augusto Cury
Postado por: Luciana
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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